O Bufo-real pode ser encontrado não só na Europa, mas também na Ásia e no norte de África. Em Portugal, podemos encontrar esta ave principalmente em áreas de difícil acesso, com um relevo acentuado, sendo o Bufo-real mais comum nas zonas mais remotas do interior.
O Bufo-real é mais frequente nas bacias hidrográficas do rio Guadiana, do Tejo e do Douro, bem como nas serras do Caldeirão e do Barrocal algarvio e ainda em Trás-os-Montes, nas Beiras, no Alentejo e no Algarve.
Os ninhos desta ave costumam ser feitos em cavernas, fissuras ou em plataformas rochosas, bem como em troncos, buracos de árvores, arbustos e por vezes até nos solo, em zonas de declive acentuado. Em alguns locais, foram encontrados ninhos de Bufo-real em edifícios antigos, ou então em ninhos de outras aves.
A alimentação do Bufo-real baseia-se principalmente de alguns mamíferos de pequeno e médio porte, tais como ratos e ratazanas, mas também de aves de tamanho médio. Por vezes, embora raramente,eles também se alimentam de outras aves de rapina, de anfíbios, de répteis, de peixes e até de cadáveres.
Esta é uma espécie monogâmica ou seja, a relação do casal é duradoura e permanente, sendo que as crias recebem cuidados tanto do macho como da fêmea. Esta ave é fiel à sua área de nidificação, podendo utilizar mais do que um ninho, dentro do mesmo território, apesar de preferir ter apenas 1 ou 2 ninhos durante muitos anos. Em Portugal costuma nidificar nos meses do inverno e da primavera (dezembro a junho).
Os principais factores de ameaça desta ave são essencialmente de origem humana. Visto que o Bufo-real realiza muita actividade em zonas rurais e peri-urbamas, usando os apoios eléctricos como local de poiso de caça e dormitório, é comum ocorrer a colisão e electrocussão nas linhas aéreas de distribuição eléctrica. Outro dos factores de mortalidade da espécie prende-se com o abate a tiro, por parte dos humanos, bem como o uso de iscos envenenados. Além disso, com a rarefacção das populações de Coelho-bravo, uma das suas presas, o número de aves desta espécie também tem vindo a diminuir. Outra ameaça importante é a instalação de parques eólicos nas zonas que ficam próximas dos locais de nidificação, seja durante a sua construção, seja durante a fase de exploração, não só devido ao aumento de humanos que começam a frequentar essas regiões, mas também devido ao perigo de colisão com as pás dos aerogeradores.
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